Pessoas continuam protagonistas no mercado imobiliário

FATOR HUMANO CONTINUA SENDO O GRANDE ATIVO DAS EMPRESAS

O desenvolvimento tecnológico mudou o mundo e, por consequência, os negócios. Inovações de vários tipos aprimoraram operações com inteligência artificial, algoritmos, recursos virtuais e robôs, além de outras ferramentas que tornaram ações e processos mais abrangentes e eficientes do que quando eram feitos por pessoas no modo analógico. Apesar disso, o fator humano continua sendo o principal ativo das empresas.

Eu entendo que o movimento de refluxo entre as startups tem um pouco de relação com isso, principalmente no mercado imobiliário. Nesse ramo, a automação tem limites, pelo menos por enquanto. Em grande parte do tempo, a atividade de comprar, vender e alugar imóveis ainda exige olho no olho, confiança e uma flexibilidade de negociação que mesmo a máquina mais avançada é incapaz de proporcionar.

Quando se trata de uma casa muitas questões subjetivas estão envolvidas. Desde os sentimentos e algumas necessidades dos compradores e inquilinos, até características do imóvel e da região que são imperceptíveis para a inteligência artificial ou, no mínimo, mal avaliadas. Nem tudo é padronizado nessa atividade, pelo contrário. O sucesso de um negócio está mais relacionado com a abordagem, empatia e o bom senso do que com informação e preço. Pessoas vendem apartamentos melhor do que máquinas, isso é fato.

Por outro lado, é preciso reconhecer que muitos métodos do tempo analógico ficaram obsoletos e que é fundamental embarcar, principalmente as pequenas imobiliárias, na revolução digital que experimentamos já há alguns anos. Na parte operacional, por exemplo, quase tudo dá para fazer melhor atualmente com tecnologia e práticas inovadoras.

Essa transformação tem que ser feita, mas deve ser inteligente. É indispensável avaliar as necessidades de cada empresa, compreender o potencial dos recursos e investir somente no que vai, de fato, agregar valor ao negócio. Muita coisa é modismo que, em pouco tempo, revela-se em dinheiro jogado fora.

O mercado imobiliário tem que buscar um equilíbrio em que a tecnologia seja apenas o que ela realmente é: uma ferramenta para apoiar o trabalho e as decisões humanas. É assim que funciona no mercado imobiliário, pelo menos por enquanto.

 

*Presidente da Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo (AABIC).

Sobre a ABBIC: A Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo (AABIC) é uma entidade com 44 anos de atuação na formação qualitativa do mercado de administração e locação de imóveis. Conta com cerca de 90 empresas associadas, que administram 16 mil condomínios e mais de 60 mil imóveis locados, onde vivem cerca de 5,1 milhões de pessoas. As associadas da AABIC são responsáveis pelo emprego de 115 mil pessoas no setor, contabilizando os funcionários de operação nas empresas até o contingente de colaboradores contratados para executar as rotinas dos condomínios. Fundada em 1978, a AABIC busca cumprir com excelência e rigor sua principal missão: orientar a administração de bens imóveis e condomínios em suas atividades. Com gestão voltada para o aperfeiçoamento contínuo da qualidade dos serviços de orientação e treinamento, a associação trabalha pela valorização do segmento no mercado imobiliário.


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