O drama do condomínio Grand Parc: área de lazer levou 1h22 para desabar

Informação é de laudo da Defesa Civil de Vitória, que teve acesso às imagens de videomonitoramento. Desabamento aconteceu no dia 19 de julho, na Enseada do Suá, em Vitória (ES).

O tempo que levou entre o aparecimento dos primeiros sinais e o desabamento total da área de lazer do Grand Parc Residencial Resort, na Enseada do Suá, em Vitória, foi de uma hora e 22 minutos, segundo a publicação do jornal A Gazeta deste sábado (30). A reportagem teve acesso ao laudo da Defesa Civil, que ainda não foi divulgado oficialmente.

A constatação foi possível através das imagens do circuito interno de monitoramento do condomínio, a que a Defesa Civil de Vitória teve acesso para produzir o primeiro laudo divulgado sobre a tragédia, ocorrida no dia 19 de julho.

A construtora Incortel disse, por nota, que a obra foi realizada com o rigor necessário, além do uso de produtos com boa qualidade. Já a Cyrela ainda não se manifestou.

O desabamento no Grand Parc Residencial Resort, na Enseada do Suá, em Vitória, aconteceu por volta de 3h do dia 19 de julho. Entre os feridos do desabamento estava o síndico, Fernando Maques, e os funcionários André Luiz Fernandes, Braz Luís Piva, e Alan Martins. O porteiro Dejair das Neves, de 47 anos, morreu. Ele chegou a ficar desaparecido nos escombros por cerca de 15 horas.

O documento relata que exatamente às 3h02m28s foram ao chão o salão de festas, a portaria principal e dois pavimentos de garagem. Para o coordenador da Defesa Civil da Capital, Jonathan Jantorno, por enquanto “essa é a única certeza”.

O circuito interno de monitoramento do prédio revela que a 1h40min do dia 19 de julho começou o vazamento de água sob a piscina. Em seguida, às 2h55min, a água começou a escorrer pelos pilares do subsolo e, em uma das colunas, a coloração do líquido estava escura o que indica que, possivelmente, que estava misturada à terra do jardim.

Por fim, às 3h02min28s, acontece o desabamento, começando na piscina em direção às torres 2 (Essence) e 3 (Esplend).

Jantorno disse que alguns moradores relataram, após o desabamento, que já havia rachaduras na área da piscina. “Não é uma informação oficial, porque a perícia da Polícia Civil ainda apura os fatos”, disse, acrescentando que a área do condomínio permanece interditada por tempo indeterminado.

Segundo o coordenador, não há comprometimento estrutural das torres, mas alerta que a vistoria realizada pela Defesa Civil foi visual. A recomendação é a de que a construtora contrate empresa especializada para realizar inspeção em toda a estrutura, com equipamentos de tomografia e ultrassom de concreto armado.

“Investigação é necessária para o retorno dos moradores após os trabalhos de reconstrução”, explicou.

O coordenador disse ainda que a área está segura porque foi feito o escoramento e retirado o combustível do subsolo. Quanto aos escombros, é apontado no laudo que devem ser retirados por empresa de engenharia, com equipe treinada e sob a orientação de especialistas. Serão necessárias licenças e autorizações dos órgãos oficiais.

A Polícia Civil, por nota, informou que o caso continua sob investigação da Delegacia de Crimes Contra a Vida de Vitória e que está acompanhando os trabalhos realizados no local. Ainda ressaltou que não vai se pronunciar para não atrapalhar as investigações.

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