Moradores de prédios evacuados pela Defesa Civil fazem ato em SP

Moradores do Condomínio Liberte Morumbi, na zona Sul da Capital Paulista (SP), realizaram na manhã deste domingo (23/02/2019) ato ecumênico em frente às suas duas torres. O empreendimento de 106 apartamentos foi desocupado na última terça-feira, dia 19/02, à tarde, depois que a Defesa Civil e os Bombeiros identificaram risco de colapso em função de rachaduras. Não puderem sequer pegar documentos, material de escola dos filhos, roupas etc. Apenas animais de estimação foram resgatados.

As famílias estão vivendo com doações e, aquelas que não têm parentes próximos, estão sendo acolhidos por outros moradores da região. Durante o ato ecumênico, o Eng. Marcos Toth, contratado pelo condomínio para acompanhar os trabalhos da construtora DMF, informou que havia uma previsão de até sete dias a partir do último domingo, se não houver mais ocorrências, de os moradores poderem entrar nos imóveis para retirar objetos leves. Das duas torres, a Djon é a mais afetada e ninguém pode acessar. Na outra, a Nice, os moradores puderem entrar por cinco minutos para retirar alguns pertences, sempre acompanhados por técnicos.

A estimativa do engenheiro e da administração do condomínio é a de que antes de 4 meses ninguém possa voltar para retirar móveis. Por isso, os moradores estão precisando de imóveis para locação temporária na região do Morumbi (e um para Vila Mariana), com negociação direta com os proprietários de apartamentos e casas desocupadas.

A situação é dramática. Os problemas com a construtora e a obra começaram em 2006, logo após a entrega dos apartamentos. Com ação judicial contra a construtora, a administração do condomínio conseguiu com que a Justiça determinasse duas perícias no local. O laudo de engenharia da primeira delas atestou não haver risco, o que obrigou o condomínio a buscar que a Justiça determinasse nova perícia. Esta segunda perícia foi realizada em 2017. Um dia depois da desocupação pela Defesa Civil, haveria uma audiência no Judiciário.

De acordo com a síndica Rachel Morganstern, o engenheiro calculista da obra dos prédios, sem vínculo há tempos com a construtora, disse que jamais foi comunicado pela empresa das rachaduras que vinham ocorrendo no Liberte Morumbi. Somente depois de cerca de três dias da interdição, operários da DMF começaram a chegar ao local para fazer o escoramento dos prédios e de cada apartamento, com estruturas em ferro entre a laje e o teto do pavimento, para evitar que o peso dos andares mais altos exerça pressão sobre os de baixo, o que provocaria o colapso. Enquanto isso, engenheiros avaliam as obras que serão necessárias para estabilizar as torres e devolver as residências aos moradores.

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