Razões para a atualização das tomadas dos condomínios para o padrão atual

“Goste ou não do modelo adotado, agora não tem como chorar, o que devemos pensar é na segurança que esta tomada nos proporciona”

Desde 2012, quando o Brasil parou de fabricar e comercializar as tomadas antigas, começou uma corrente que era contra a tomada, chamando-a inclusive de jabuticaba (fruta que pelo que sei só existe em nosso País). Pois bem, ao que tudo indica, parece que este padrão adotado no Brasil é aplicado em poucos países mesmo, mas eu gostaria de contar um pouco da história que antecedeu esta padronização.

Se avaliarmos outros países, muitos deles possuem seus padrões de tomadas, e cada um é diferente dos demais. Os americanos usam o padrão NEMA, os alemães o padrão DIN e assim vai.. A verdade é que cada país tem seu padrão e, portanto, se você viaja para fora, deve levar adaptadores para poder ligar seus equipamentos. No Brasil não foi diferente, o padrão adotado no início do século passado era o de pino redondo, porém com a chegada dos computadores e eletrodomésticos vindos da América do Norte, acabamos nos adaptando para os pinos chatos, criando uma tomada que nada mais era do que o atual adaptador. Ou seja, uma tomada que possuía a possibilidade de utilizar tanto pinos redondos quanto chatos. Entretanto, o Brasil se viu na necessidade de buscar uma padronização das tomadas e então estabeleceu uma comissão dentro da ABNT para definir a modelagem. Esta comissão, depois de inúmeras reuniões e discussões, adotou o padrão que conhecemos atualmente e publicou a norma ABNT NBR 14136/2002, a qual definiu os dois modelos de tomadas que deveriam ser aplicados no país.

A partir deste momento, iniciou-se o processo de mudanças, incluindo as certificações pelo INMETRO, que com base nesta norma criou os procedimentos para certificar. E, em 2006, iniciou-se a substituição da fabricação e posteriormente a comercialização do que foi chamado novo modelo. Bom, história contada, goste ou não do modelo adotado, agora não tem como chorar, o que devemos pensar é na segurança que esta tomada nos proporciona.

Nesse aspecto, o primeiro item a destacar é a introdução do terceiro pino, para completar o que estabelece a norma técnica sobre o condutor de proteção (conhecido como fio terra). O padrão adotado só pode ser comercializado com os 3 pinos, sendo que no pino do meio deve ter instalado a fio terra (Vale lembrar que os plugues não necessariamente devem ter três pinos, o que define esta obrigatoriedade é o sistema de isolamento interno do equipamento, mas a tomada deverá sempre ter 3 pinos).

Outro detalhe importantíssimo é o rebaixo da tomada (conhecido como poço,) que não permite que ao inserirmos o plugue na tomada possamos tocar um ou mais pinos quando energizados. Portanto, é um item muito importante na segurança. Outro item de segurança que a tomada traz é a relação entre o tamanho do orifício (buraco) que o plugue tem e a corrente que este suporta. Ou seja, para tomadas que suportam até 20 ampères, o orifício é de 4,8mm, o que permite que os plugues de equipamentos com maior potência possam ser ligados com segurança. Já as tomadas para 10 ampères possuem o orifício de 4mm. Portanto, um equipamento com potência elevada, e que ultrapasse os 10 ampères, não poderá ser ligado na tomada inferior. Assim, não haverá risco de aquecimento. Já os equipamentos com potências menores podem usar as tomadas de 20 ampères, pois estas possuem capacidade para tal. Para finalizar, mas não menos importante, um item construtivo da tomada e do plugue fará com que o pino central (fio terra) seja o primeiro a ser conectado, garantindo a segurança adicional.

Uma dica:

As tomadas não precisam ser substituídas, mas à medida que você vai adquirindo novos aparelhos, recomenda-se que o faça, pois os adaptadores são para atividades temporárias.

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Autor

  • Edson Martinho

    Engenheiro Eletricista, é diretor-executivo da Abracopel (Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade). Escreveu e publicou o livro "Distúrbios da Energia Elétrica" (Editora Érica, 2009).

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