Qual a vida útil da instalação elétrica em seu condomínio?

“O tempo de vida útil está diretamente ligado ao uso e à conservação. (…) Pense na sua instalação e reveja quando você fez uma revisão dela. Se foi há mais de cinco anos, está na hora de refazer o processo.”

Muitas vezes, quando converso sobre instalações elétricas, uma pergunta que muito me fazem está relacionada à vida útil das instalações. Pois bem, a instalação elétrica, assim como qualquer coisa, possui uma vida útil. E também como, por exemplo, um carro, esta vida útil da instalação está diretamente ligada à forma como você a utiliza e a conserva.

Explico: Quando você compra um caro zero quilometro e sai da concessionária, você recebe, ou deveria receber, um “manual do usuário” e algumas orientações sobre manutenção periódica, substituição de componentes, forma de utilização e outros requisitos que, se seguidos, vão garantir que seu veículo dure mais tempo, certo? Então, da mesma forma, a instalação elétrica, ao ser entregue, deve ter o seu “manual do usuário” de forma a lhe fornecer dados sobre como proceder durante a vida da sua instalação elétrica. Neste caso, há dois itens importantes a ser considerado. O primeiro é com relação à segurança, ou seja, uma instalação elétrica conservada apresenta menos risco de causar acidentes, que como já abordei em outros artigos, pode ser fatal. A segunda é com relação à durabilidade e funcionalidade dos componentes.

Assim como no carro, a instalação elétrica possui vários componentes: Condutores (fios ou cabos), disjuntores, fusíveis, DR, tomadas, interruptores, isolação, caixas de passagem etc. Todos estes componentes sofrem com o tempo e com o uso. A tomada, por exemplo, é um componente que tem sua vida útil diminuída à medida que se insere e remove os plugues. Mas também pode sofrer esta redução quando usamos um equipamento com potência superior à suportada por ela, e a aquecemos.

Outro exemplo é o interruptor que, ao se acionado, desgasta os contatos. Mas a vida útil da instalação não está ligada somente aos componentes que possuem manobra, como é o caso da tomada ou interruptor. Os condutores (fios ou cabos) também sofrem com o passar do tempo e sua isolação (capa) perde a propriedade à medida que o tempo passa. No caso do condutor, a vida útil está ligada ao seu dimensionamento. Ou seja, se ele estiver projetado para uma determinada corrente e esta for ultrapassada várias vezes, certamente esta sobrecarga será motivo de aquecimento, o qual, por sua vez, contribuirá para a redução das propriedades de isolamento desta cobertura, com riscos de torná-la quebradiça ou derretê-la. Assim, esta parte do condutor ficará exposta e propícia para um curto circuito ou choque elétrico. Da mesma forma, disjuntores, fusíveis e outros dispositivos de proteção, se acionados constantemente mediante situações de risco, vão perdendo sua vida útil. Por fim, vale lembrar que isolamentos e conexões precisam ser revistas de tempos em tempos para readequações.

Muito bem, contei um monte de coisas para você, que deve estar se perguntando: mas qual é o tempo de vida útil de uma instalação elétrica?

Assim como o carro, o tempo de vida de uma instalação depende da sua utilização e manutenção, mas , em geral, se uma instalação elétrica é dimensionada para trabalhar fria (sem sobrecarga) e com pouca intervenção, ela deveria ser substituída a cada 30 anos.

Observe que eu disse substituída, ou seja, redimensionada e trocada, porém, o fato de estar havendo aumento de consumo da energia nas últimas três décadas requer que ela seja adequada e, portanto, é provável que com menos tempo ela deva ser substituída. Também da mesma forma que no carro ou outros equipamentos, se você fizer a manutenção constante, ou seja, avaliar a instalação e fizer as adequações necessárias a cada cinco anos pelo menos, revisando conexões, observando sobreaquecimentos nos condutores, avaliando as condições do isolamento, entre outros, você terá a vida útil estendida.

Pense na sua instalação e reveja quando você fez uma revisão dela. Se foi há mais de cinco anos, está na hora de refazer o processo.

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Autor

  • Edson Martinho

    Engenheiro Eletricista, é diretor-executivo da Abracopel (Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade). Escreveu e publicou o livro "Distúrbios da Energia Elétrica" (Editora Érica, 2009).

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