Após joias furtadas de condomínio, ‘guarda-costas’ é contratado

Ladrões ‘driblaram’ a segurança de mais um residencial de alto padrão em Bauru

Mais um condomínio alvo de crime em Bauru (SP). “A gente se sente impotente e totalmente inseguro dentro da própria casa”. O desabafo é do morador de um residencial de alto padrão, localizado no Jardim Solange. Mesmo com porteiro, monitoramento de câmeras e dois funcionários responsáveis pela ronda, a vítima, que prefere não se identificar, teve sua casa invadida por ladrões neste domingo, quando não havia ninguém na residência. Prejuízo: R$ 120 mil em joias.

A sensação de insegurança fez com que o proprietário do imóvel optasse por uma medida radical: contratar três seguranças particulares para a família – que passaram, desde ontem, a acompanhar a esposa, ele e os três filhos. “Não sabemos até que ponto os bandidos podem chegar. Tomei essa decisão por medo”, revela.

O crime ocorre três dias após o registro de “arrastão” em dois edifícios residenciais em Bauru, localizados na zona sul e separados por uma distância de apenas 2,5 quilômetros, conforme noticiou o JC.

O prejuízo total nos seis apartamentos invadidos ainda não foi divulgado. Mas, somente de um deles, teriam sido levados cerca de R$ 40 mil em joias. A suspeita é que o grupo, estimado em cinco pessoas, tenha entrado pela portaria dos prédios e, após certificar de que não havia ninguém nos imóveis, arrombado as portas.

O caso deste domingo se difere dos demais porque, segundo a vítima, os ladrões teriam pulado o muro para ter acesso ao residencial. Mesmo assim, o crime acende, mais uma vez, a discussão sobre a segurança nos condomínios. 

 A Polícia Civil, inclusive, não descarta a hipótese de os furtos dos últimos dias (incluindo o de anteontem) terem sido praticados pelo mesmo grupo – possivelmente uma quadrilha especializada e oriunda de outra cidade -, que teria agido também em outros dois condomínios de Bauru, em maio.

Coordenador em exercício da Central de Polícia Judiciária (CPJ), Ismael Cavallieri avalia que “as coisas estão se invertendo”, ao admitir a insegurança nos residenciais. “Morar em condomínio fechado sempre gerou sentimento de estar seguro. Os casos são crescentes na cidade e tornam evidente que a segurança desses locais não está funcionando e precisa ser revista”, observa.

Ismael não descarta a possibilidade de informação privilegiada dos ladrões sobre o alvo da ação deste domingo. “Vamos analisar as imagens de segurança para tentar identificar os suspeitos e também como tiveram acesso ao condomínio”, finalizou o delegado. 

Ação 

 Os ladrões teriam entrado no condomínio residencial no final da tarde deste domingo, conforme suspeita o proprietário do imóvel. Ele contou que ficou o dia todo fora e, quando retornou, por volta das 20h, estranhou ao ver as luzes acesas.

“Enquanto eu tirava as coisas do carro, minha filha entrou e, ao chegar no quarto, se deparou com o cômodo todo revirado. Tive a sensação que os ladrões estavam fugindo naquele exato momento”.

Preocupada com a presença de algum bandido na casa, a família optou por esperar do lado de fora até a segurança do condomínio chegar. Não havia sinais de arrombamento. “Pode ser que eu tenha deixado a porta encostada”. 

Foram furtados cinco brincos de ouro, um anel de brilhante, três anéis de ouro, um anel de esmeralda, bijuterias, além de várias moedas de diversos países. Um prejuízo avaliado em R$ 120 mil. “Levaram um anel que era da minha bisavó e que, agora, estava com minha filha. Nesse caso a gente leva em consideração o valor sentimental”.

A vítima acredita que os bandidos tenham entrado pelo muro do condomínio. O JC entrou em contato, por telefone, com a portaria do condomínio. Ao saber do assunto, um funcionário disse que somente o síndico poderia falar sobre o caso. Porém, não forneceu o contato do profissional e, até o fechamento desta edição, ninguém havia se manifestado.

‘Quero ir embora de Bauru’

A vítima morava com a família em uma fazenda da região e, devido à rotina, mantinha segurança particular. Há três anos, quando mudou-se para Bauru, dispensou o serviço de proteção, justamente por se sentir seguro vivendo em um condomínio.

“É tanto roubo e furto na cidade que o problema merece uma atenção especial por parte da polícia. Eu já estou desacreditado e quero ir embora de Bauru. Na noite do crime, meus filhos (todos adultos) estavam tão assustados que foram dormir no meu quarto”, conta.

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