Tintas e revestimentos que protegem as fachadas contra a ação do tempo

VARIEDADE, EFICIÊNCIA E BAIXO CUSTO NA MANUTENÇÃO

Materiais de alto desempenho, mais impermeáveis à água e sujeira e com resistência a rachaduras e fissuras, protegem as fachadas contra a ação do tempo e conferem maior eficiência à manutenção.

O clima instável e a poluição constante dos grandes centros urbanos aceleram o desgaste dos materiais que compõem as fachadas e demais áreas externas dos edifícios, o que compromete a estética, diminui o intervalo entre uma manutenção e outra e, consequentemente, representa gasto maior para o condomínio.

O mercado traz hoje tintas e revestimentos que se propõem a dar maior resistência às superfícies, com fórmulas que asseguram impermeabilização e resistência a rachaduras e fissuras.

“A utilização de texturas e tintas de alto desempenho, classificadas pelos fabricantes como standard e premium, é uma tendência de mercado”, diz o arquiteto Luiz Frederico Rangel, coordenador nacional dos Grupos de Trabalho da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (AsBEA). Esses materiais são utilizados para prolongar a boa aparência dos espaços expostos a intempéries, explica. Rangel acrescenta ainda que o uso de produtos densos e ao mesmo tempo lisos são os mais recomendados para as áreas urbanas.

“Apesar da aparência ranhurada das massas texturizadas, a densidade impede a penetração de água, partículas de sujeira e poluição. São produtos mais baratos e de fácil aplicação”, afirma.

De forma geral, as tintas imobiliárias estão hoje mais impermeáveis e flexíveis, portanto, menos suscetíveis a rachaduras ocasionadas pela movimentação natural das estruturas e à ação do tempo. Além disso, a maioria é ecologicamente correta, segundo a Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas (Abrafati). O solvente orgânico, responsável por emitir o forte odor característico das tintas, foi trocado por água e algumas fórmulas liberam menor quantidade de gás carbônico na atmosfera. Para cada ambiente e situação o mercado disponibiliza opções de tintas e texturas variadas, algumas delas formuladas para solucionar, em um único produto, diferentes problemas. É o caso da tinta de aparência emborrachada, que, composta por resinas acrílicas flexíveis, protege paredes contra chuvas e infiltrações, raios ultravioletas, fungos e variações térmicas. Ao mesmo tempo é capaz de selar e absorver pequenas fissuras. Os componentes flexíveis possibilitam que a pintura acompanhe o movimento da superfície, tornando-se mais resistente às dilatações causadas por calor ou alterações estruturais. O combate ao aparecimento de manchas provocadas pela umidade, assim como a secagem rápida e poucos respingos são outros atrativos disponibilizados pelos fabricantes. As tintas acrílicas são ainda as mais utilizadas em áreas externas por permitirem a limpeza com água.

De acordo com o Sindicato da Indústria de Tintas e Vernizes do Estado de São Paulo (Sitivesp), a eficiência e variedade, aliadas ao baixo custo de manutenção, tem feito o segmento de tintas imobiliárias experimentar resultados significativos; em 2009, segundo o órgão, foram consumidos 398,2 mil galões, o equivalente a mais de 1,43 bilhão de litros. Para evitar o desperdício na compra e no uso desses materiais, a Abrafati desenvolveu uma cartilha contendo dicas para reutilização de sobras e descarte de resíduos e embalagens sem contaminar o meio ambiente.

Gisele Bonfim, química e supervisora técnica da entidade, ensina que as latas de tintas vazias não devem ser lavadas com água e tampouco reutilizadas para outras finalidades. Ao término da pintura, o conteúdo deve ser escorrido e removido com o auxílio de uma espátula. O objetivo é minimizar a quantidade de tinta dentro do recipiente para poder descartá-lo com segurança em Áreas de Transbordo e Triagem (ATT) ou enviá-lo para reciclagem.

Caso haja sobra, não guarde. Procure utilizar os produtos em outras áreas ou doar para quem possa aproveitar. A química Gisele Bonfim recomenda que o cálculo no momento da compra seja o mais preciso possível, para evitar o desperdício. As sobras de solventes devem ser armazenadas em recipientes bem vedados, para utilização futura, ou enviadas para empresas especializadas em recuperação ou incineração.


Matéria publicada na edição 150 set/10 da Revista Direcional Condomínios

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