Gerador – deixou de ser um equipamento de luxo e tornou-se essencial para a segurança e o bom funcionamento dos condomínios

Equipamento de Primeira Necessidade

Em tempos de apagões, especialmente comuns em dias de temporais, o gerador deixou de ser um equipamento de luxo e tornou-se essencial para a segurança e o bom funcionamento dos condomínios. Portões, sistema eletrônico de segurança, iluminação de garagens, escadarias e halls e pelo menos um elevador costumam ser alimentados pelo gerador – fazendo com que o condomínio tenha vida praticamente normal mesmo com queda no fornecimento de energia elétrica.

Em muitos casos, a grande questão é onde instalar o gerador. Se não há espaço como áreas embaixo de rampas, é possível colocar o equipamento no térreo. “Nesse caso, o gerador deve ser cabinado, ou seja, ele é instalado em uma caixa acústica de chapa de aço revestida de espuma ou lã de rocha, para diminuir o ruído do motor a diesel”, explica o empresário Dejaílson Mateus da Silva, que fabrica e dá manutenção a grupos geradores. Os equipamentos cabinados, completa, representam 30% das vendas. Já se o espaço que receberá o gerador for de alvenaria ele pode receber isolamento acústico: é revestido de lã de rocha, com porta acústica e veneziana para garantir a refrigeração do ambiente.

Outra preocupação é com a poluição do ar. Pode ser instalado um oxicatalisador, orienta Dejaílson, que queima as partículas mais pesadas e diminui os gases emitidos pelo gerador em funcionamento. O escapamento com prolongamento reto ou em curva também ajuda a fumaça a ser expelida para fora do ambiente onde está instalado o gerador.

Independente de como são instalados, todos os grupos geradores merecem cuidados especiais com a manutenção. O síndico profissional Daniel Alexandre Rubin, que conta em sua carteira com três condomínios comerciais e um residencial, três deles com gerador, acredita que esse tipo de sistema merece manutenção especializada. “É um equipamento caro, crítico e fundamental em uma situação de emergência. Não dá para largar apenas na mão do gerente ou zelador. Prefiro ter contrato mensal de manutenção. Essa é uma despesa que deve fazer parte da rotina do prédio”, avalia.

Sem dúvida, o condomínio só tem a ganhar com a manutenção atenciosa. Edílson Rodrigues, engenheiro eletricista atuando na área de manutenção predial há cerca de 20 anos, comenta que tem clientes inclusive que optam pela manutenção quinzenal e até semanal de geradores. Em condomínios, o usual são visitas mensais, onde é feita a manutenção preventiva, como limpeza, lubrificação e testes. “A grande maioria dos defeitos que ocorrem em um gerador dão alguns sinais, não acontecem de repente. Em uma manutenção preventiva, o técnico pode detectá-los. Durante a limpeza, por exemplo, pode ser percebido um vazamento importante.”

Além da manutenção rotineira, há casos em que o gerador merece ser modernizado. Segundo Edílson, os circuitos eletrônicos antigos são mais suscetíveis às interferências que acontecem na rede elétrica. “Não se trata apenas de queda de energia, mas de cargas não lineares que geram ruídos elétricos. Eles caminham pela rede e podem interferir em equipamentos como o gerador. Circuitos mais novos podem detectar esses ruídos, evitando problemas”, orienta.

O investimento em um gerador é alto para a maioria dos condomínios. Um equipamento de 100 kvA, suficiente para um edifício médio, custa cerca de R$ 50 mil, fora a instalação e o isolamento acústico. Dejaílson da Silva comenta que faz a manutenção do grupo gerador do Shopping Ibirapuera, instalado desde 1976. “Com boa manutenção, o gerador alcança muito bem os 30 anos de vida”, finaliza.


Matéria publicada na edição 148 jul/10 da Revista Direcional Condomínios

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